segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

CAPITÃO KIRK E OS CELULARES

Acho que Gene Rodenberry e Julio Verne têm algo em comum. Quem nunca
ouviu esta seqüência na série Star Trek (Jornada nas Estrelas) :
-Kirk para a Enterprise.
-Sim, Capitão.
-Transporte.

Quando ouvi isso pela primeira vez (ops, ....década de 70) fiquei
fascinado com o TeleTransporte; achei sensacional aquele aparelhinho
que permitia a comunicação entre o Capitão kirk e qualquer tripulante em
qualquer lugar e hora, sensacional, UAU!!!

Pensava eu na minha santa ingenuidade: Quando será que vão inventar um
negócio assim ???

Anos depois, aliás, muitos anos depois, comprei meu primeiro celular, um
moderníssimo (hoje, jurássico) Motorola PT550; era só abrir a
geringonça, discar (ainda não tinha comando de voz) e falar em qualquer
lugar e sem fios; senti-me um tripulante da Enterprise !!

Muitos não percebem, principalmente os da novissima geração, a
transformação de nossas vidas com o advento do celular. O celular mudou
todas as formas de comunicação dos últimos quinze anos.

Repararam que agora quem não o usa é olhado de lado como se fosse um
dinossauro reacionário! Imagine o mundo sem celular, como seriam as relações comerciais do mundo
atual sem celular, o mundo estaria falido.

Isto sem falar na praticidade; inicialmente o celular era só pra falar, lembram ? Agora
tem agenda, comando de voz, jogos, GPS, SMS, paga contas, etc, etc, etc.
Daqui há pouco só vai faltar resolver problema de família, porque do
resto ele faz tudo.

Segundo um amigo meu, há enormes desvantagens, haja vista que hoje a mulher dele
monitora o safado em qualquer lugar! Nem tem mais a desculpa de que
estava sem "linha" ou sinal muito fraco. Ironias à parte, a perda da
privacidade é cada vez maior.

Quando vi o IPhone e os novos modelos da Motorola, pensei: bem que eles
poderiam fazer uma série especial "Star Trek", com direito a sonoplastia
e tudo o mais.
Pra terminar, bem que podiam inventar também aquele "TRICORDER", lembram?

Era passar no corpo do infeliz e o Dr. McCoy fazia o diaignóstico, e já 
sabia até o remédio... ops!! e sem consultar o plano de saúde...

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Carla Peres e Responsabilidade da Informação

Reza a lenda que Carla Peres participando de um programa de televisão onde faziam perguntas de “alto nível intelectual” foi questionada:

- Carla, uma palavra que comece com a letra I.

- Fácil, respondeu a beldade rebolativa : “ISCOLA”..........

Doeu, fala a verdade, doeu!

Apesar do exemplo acima ser da TV, na rede não tem sido muito diferente. Em diversos fóruns e blogs tenho visto muita gente reclamando da qualidade das informações publicadas e disponíveis e a primeira resposta que vem a mente é simplória, curta e grossa: se não é do seu gosto, então não veja, não leia, não procure. C´ést fini!

Essa resposta por óbvio é insatisfatória mas recentemente ao ler o excelente artigo sobre “Participação e Presença na Rede” de Demi Getschko, Diretor –Presidente do NIC.br (“Pesquisa Sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil 2006 - CETIC.BR”) vi a questão ir mais além :

“ Achamos que há diferenças essenciais entre participar da rede e ter presença nela, e que essas diferenças são importantes e não deveriam ser menosprezadas...... A rede é uma construção coletiva que não pressupõe barreiras ou controles. Não tem porteiras, nem cancelas, nem guardas. Quem tiver ao seu alcance os meios necessários para conectar-se, deve ser estimulado a fazê-lo na forma que conseguir. é um participante da rede, tal como o é o transeunte da praça pública, o banhista do rio fresco, o viajante do panorama que se desdobra ante ele. Por outro lado, quem tem recursos a si alocados na rede - presença na rede - tem maior poder de ação sobre esta e sobre os seus participantes e, desta forma, mais responsabilidades que os que dela apenas usufruem como visitantes, ávidos leitores de informação ou meros expectadores. Quem mantém um domínio na rede para, a partir dele, criar seu sítio onde vai expor informações e serviços, quem tem um conjunto de números IP a ele atribuídos para a identificação de equipamentos ou a prestação de serviços à rede, esses têm responsabilidades específicas perante a comunidade.”

Tão importante quanto o prisma da qualidade no mesmo patamar está a responsabilidade social ativa de quem publica. A publicação de sites com textos nazistas, racistas, apologia a violência, etc., é diretamente responsável pela repercussão social e das conseqüências do fato, isto sem falar nos sites de baixa qualidade ou sem qualidade.

Se disseminação de Ignorância fosse crime imaginem os tribunais julgando os webmasters, apresentadores de TV, modelos, locutores esportivos por sua responsabilidade, seria muito engraçado porém trágico porque nosso pais esta repleto de analfabetos funcionais, sabem ler e escrever precariamente mas não sabem raciocinar. Detalhe : em todas as classes sociais, porque dinheiro não é sinônimo de cultura .

Quando você publicar alguma coisa na rede, por favor, pense duas vezes.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Pirataria, Direitos Autorais e Cavalos

Quando se fala em pirataria, por óbvio, falamos em direito autoral. De um lado, as indústrias defendem seus legítimos direitos; por outro, a indústria da pirataria cresce a olhos vistos. Será que é realmente um mesmo problema?

Na idade média, um menestrel andava pelas aldeias da europa cantando e fazendo apresentações; seu sustento provinha das contribuições expontâneas do povo e dos nobres; as musicas não pertenciam a ninguém. Ainda não havia o conceito de propriedade intelectual.

Na renascença, grandes músicos produziam grandes obras e "publicavam" suas composições. Contudo, os métodos de controle dessas publicações eram precários e os músicos ainda viviam quase exclusivamente de "contribuições e sustento" da nobreza.

No início século XX, surgiu o disco de baquelite (78 Rpm). A "invenção" permitiu a reprodução das músicas, e coube ao rádio a divulgação das obras. Nascia, então, a indústria fonográfica, cujo principal papel era proteger seus próprios interesses e seu capital, por meio de investimento na produção, produzindo legislação para o direito autoral e "protegendo" os criadores da obra.

Então agora temos uma indústria que produz, divulga e vende. Ao artista cabe criar e receber da indústria, já que seus direitos estão garantindos e quando realizar apresentações, o rendimento pode ser seu ou associado; relação perfeita ? Todo mundo contente e feliz ? Claro que não !

A industria agora é dona da obra e o artista na maioria das vezes fica com mínima parte; os milionários da música são exceção e não regra. Mas aí, com o advento de novas tecnologias, o modelo de negócio mudou, o público mudou, o modelo produtivo mudou e a indústria fonográfica não mudou, ou seja, agora o artista pode criar, produzir e vender suas obras sem interferência da indústria (Ex: Lobão, produtor e músico independente) e ainda por cima continuam com as apresentações, shows etc. E são donos de sua obra!

Steve Jobs revolucionou o conceito de vendas de músicas com o ITunes. Recentemente, em manifesto para as indústrias fonográficas, pediu que fosse abandonado o conceito atual e foi rechaçado imediatamente; só faltou ser excomungado pelo Papa...

O que vemos cotidiamente é a indústria reclamando, perseguindo e processando o público que utiliza novas ferramentas de reprodução a um custo ínfimo em relação ao oferecido nas lojas. Fazendo uma analogia grosseira, seria como se os criadores de cavalos argumentassem que detêm monopólio sobre transportes e processassem as pessoas que utilizassem automóveis; legal né !!!?

O ingresso de novas tecnologias força novos modelos de negócio, os que estão em voga, já obsoletos, terão que mudar, senão serão extintos, assim como as carroças puxadas por cavalos.

Isto não é apologia ou incitamento à pirataria, trata-se de uma constatação dos fatos: a pirataria existe porque os modelos produtivos ainda não foram adequados aos novos tempos, tecnologia e principalmente às novas necessidades de comunicação de um público cada vez mais ávido de novos materiais.

Enquanto isso, na sala de justiça, as gravadoras tentam estancar a hemorragia financeira com Band-Aid e a garotada manda bala enquanto seu Lobo (ou Lobão?) não vem!

Os mais antenados ja vislumbraram os novos tempos e as novas propostas; quem viver verá !!!!!